Jeferson Miola //
Ilustração: Aroeira //
Arthur Lira é o maestro do caos. É da cabeça daquele que ocupa a cadeira de presidente da Câmara dos Deputados que nascem enormes dificuldades para o governo Lula e de onde são maquinadas crises políticas permanentes.
A lista de crises e impasses criados por Lira é interminável. A ofensiva começou ainda na transição, e atravessou sem trégua os 17 meses e meio do governo.
No ataque mais recente, Lira liderou o fim das saídas temporárias de presos e, do nada, retomou a tramitação em regime de urgência de Projeto de Lei que invalida delações premiadas.
O pacote de bombas ainda incluiu projetos de anistia a golpistas e a liberação geral da prática criminosa de disseminação de mentiras e desinformação nas redes sociais e plataformas digitais.
A estratégia de Lira para reforçar seu poder e fazer avançar as pautas e os interesses da extrema-direita é bem identificada.
Ele cria problemas e depois se apresenta como a solução. Atua ao mesmo tempo como incendiário e como bombeiro; promove o caos e depois conforta com a calmaria.
Com este método ele reforça sua confiança perante a oposição fascista e não-fascista, e aumenta seu poder de achaque e extorsão do governo.
A manobra para a tramitação em regime de urgência do PL 1904/2024, que revitimiza crianças vítimas de estupro, é ilustrativa deste comportamento maniqueísta do Lira para colocar o governo nas cordas.
Um maniqueísmo político às custas do corpo das mulheres, e com requinte de crueldade e perversão em relação às crianças vítimas de estupro, que inclusive seriam condenadas, e com penas maiores que os estupradores.
O projeto não faz absolutamente nenhum sentido; não há nenhuma razão para priorizá-lo na pauta de votações do Congresso.
Aliás, esta iniciativa grotesca sequer poderia ter sido protocolada no Congresso, porque além de indecente e indigna como o seu autor, o fundamentalista Sóstenes Cavalcante [PL], ela é ilegal e inconstitucional.
O próprio Sóstenes, aliado do Lira, confirma que o objetivo central é constranger o governo: “o presidente mandou uma carta aos evangélicos na campanha dizendo ser contra o aborto. Queremos ver se ele vai vetar. Vamos testar Lula”, afirmou.
A única razão, portanto, para a urgência de votação deste PL abjeto é a prioridade estratégica da extrema-direita em desgastar Lula permanentemente com o apoio do Lira. “Há um compromisso do Arthur Lira com a Frente Evangélica de que ele pautaria” o projeto, declarou Sóstenes.
Depois do incêndio provocado por ele mesmo, o Lira bombeiro então agiu para “acalmar os ânimos”. Ele sinalizou até mesmo o “favor” de escalar uma mulher para a relatoria do PL. “Uma relatora moderada” para tratar o tema “com sensibilidade”, preconizou o maestro do caos.
Lira não tem compromisso com a democracia e com a institucionalidade. Ele é um artífice da ofensiva política e ideológica do extremismo e trabalha para sabotar e inviabilizar o governo.
Na presidência da Câmara dos Deputados, Lira é tão atuante e funcional para a estratégia fascista-bolsonarista como é Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central.
Totalmente de acordo com você, querido Jefferson!
Aliás, Lira sempre foi um perigo. E tem mais, a própria concepção do Estado Brasileiro, lamentavelmente, contribui para o exercício de um poder arbitrário – e não discricionário- daqueles que assumem funções executivas no interior dos três poderes. A pretexto de acelerar o trâmite de certas medidas, normas regimentais corriqueiramente têm sido mais influentes do que a pp Constituição e talvez até contrárias à CF conferindo aos respectivos presidentes poder demais.
Lira, na função de presidente da Câmara de Deputados, usurpa desde o primeiro dia em que chegou lá do seu poder de pautar a discussão e votação das matérias, fazendo malabarismos regimentais, negociatas e dando rasteiras no governo, de modo conduzir a vida institucional do país ao abismo.
Ele sempre deu voz e vez aos parlamentares insanos e nutriu o fascismo no seio da Câmara dos Deputados.
Lira vive de se ver no espelho, com reprodução infinita de sua imagem, através dos parlamentares que são fiéis às distorções da vida pública e privada semeadores das perversões humanas sem controle ou timidez.
Estamos, no Brasil, vivendo de versões e perversões cada vez mais pioradas de Presidentes da Câmara de Deputados. Essas versões crescem e se fortalecem sempre que a Presidência da República é ocupada por candidatos eleitos do PT.
Foi assim com Dilma quando Cunha exerceu a Presidência da Câmara e Lira é um ” Cunha” no governo Lula. Nos governos cujo Presidente já trazia a sua dose de maldade, presidentes da Câmara cumpriam mais funções burocráticas e menos impactantes.
Com Lira e Cunha, enfim, a História demonstra que eles são adjetivos que significam a destruição do projeto democrático do país encampado pelo PT.
A despeito das falhas q o PT tem, o partido nunca conspirou contra o povo e sua soberania.
‘Lira’ e sua ira ‘Cunha’ métodos perversos para intimidar o povo, focando nas crianças que são naturalmente vulneráveis e nas mulheres em condições de vulnerabilidade. O estupro é o mecanismo contra a democracia e contra toda a população em situação de vulnerabilidades mais diversas! Lira estupra a Democracia, palavra feminina com a qual ele não sabe se relacionar.
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Salve querida, o discípulo superou o mestre na presidência da “assembleia geral de bandidos”, como o jornalista portugês Miguel Sousa Tavares descreveu a sessão da Câmara de 17/4/2016 que autorizou a fraude do impeachment da Dilma.
Lira se sofisticou e ampliou enormemente os dispositivos de poder de extorsão.
Bandidos profi!~
Abraços
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