Nelson Teich é um ministro sob medida para um necro-governo

Jeferson Miola                                 

 

Nelson Teich é um empresário com atuação bem-sucedida na saúde privada e suplementar, mas sem nenhuma vivência no SUS e em saúde pública.

Assumir o Ministério da Saúde em meio à trajetória ascendente da pandemia do COVID-19 tanto pode dar certo, como pode significar a consumação de uma enorme tragédia sanitária.

Se Nelson Teich agir como vassalo do negacionismo bolsonarista ao invés de seguir a ciência e as normas da OMS, a hipótese de tragédia ficará estampada no horizonte.

Nelson Teich chega ao governo Bolsonaro trazendo, contudo, uma certeza: ele é um ministro sob medida para um necro-governo.

Em vídeo no site Instituto Oncoguia [abril/2019], Nelson Teich explicita sua visão necropolítica e fala como um soberano que se atribui o poder macabro de decidir quem tem o direito de viver e quem deve morrer.

Ele parte do pressuposto de que “escolhas são inevitáveis” porque o dinheiro da saúde é limitado, e defende que a vida de uma pessoa idosa deve ser descartada e a de um adolescente preservada. Ele explica assim a lógica da “sua escolha”:

Pra ela [pessoa idosa] melhorar eu vou gastar praticamente o mesmo dinheiro que eu vou gastar pra investir num adolescente que tá com um problema. […] Só que esta pessoa é um adolescente que vai ter a vida inteira pela frente e a outra é uma pessoa idosa, que pode estar no final da vida”.

A mensagem do novo ministro da saúde é aterradora para mais de 30 milhões de brasileiros acima de 60 de idade.

Aos idosos ameaçados pela necropolítica, pelo COVID-19 e pela ameaça genocida do Bolsonaro, só resta o consolo de que o Código Penal e o Código de Ética Médica condenam a prática macabra defendida pelo novo ministro do necro-governo.

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